terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Recesso parlamentar, e férias escolares, empresariais, e trabalhistas são para pensar


Recesso parlamentar é o período em que os parlamentos não funcionam, no Brasil, um equivalente para os integrantes do Poder Legislativo às férias a que têm direito os trabalhadores de um modo geral. Até o Escândalo do Mensalão, os parlamentares federais tinham direito a 90 dias de férias e a salário em dobro, caso houvesse uma convocação extraordinária; foi então aprovada, por pressão da opinião pública, uma emenda constitucional, que reduziu os períodos de recesso para no máximo de 55 dias ao ano, divididos em dois períodos - como no calendário escolar. Em âmbito federal, a Constituição prevê dois períodos de suspensão dos trabalhos legislativos: de 23 de dezembro a 1º de fevereiro e de 17 a 31 de julho. Esta limitação constitucional obriga o teto máximo de 55 dias aos parlamentos federais (Câmara dos Deputados e Senado), Assembléias estaduais e as Câmaras de vereadores.
Paralelamente o ano letivo ou ano acadêmico se refere ao período do ano no qual são desenvolvidas as atividades escolares. No Brasil, o ano letivo da educação básica tem a duração de 200 dias, distribuídos nos meses de fevereiro a dezembro, com férias escolares em julho e janeiro. E, o ano letivo do ensino fundamental e ensino médio é geralmente subdividido em quatro bimestres letivos. No Ensino Superior, o ano acadêmico é organizado em base semestral.
Mas, para refletir...
Como diz o administrador de empresas Stephen Kanitz, "Férias são uma conquista sociologicamente estranha, porque criam e perpetuam a idéia de que no
Brasil se ganha sem ter de trabalhar".
Nem todos os países dão férias de um mês inteiro, como acontece no Brasil. Na China, trabalha-se todo dia, sábados e domingos inclusive, com apenas duas semanas de férias por ano, e olhe lá. Férias são consideradas no Brasil uma conquista social. Uma conquista sociologicamente estranha, porque cria e perpetua a idéia de que no Brasil se ganha sem ter de trabalhar. Perpetua a visão romântica de que alguém lhe pagará para ficar em casa fazendo nada. Nossos economistas, pelo menos aqueles que assessoram nossos políticos na feitura das leis econômicas, ainda não perceberam que o salário é a remuneração do trabalho. Empresas pagam férias com a venda dos produtos fabricados pelos funcionários nos onze meses anteriores. Para nós, administradores, não faz o menor sentido empresários ficarem "devendo" férias a seus funcionários. O economicamente correto seria pagar pelo valor produzido a cada mês que passa.
“Ou seja, o lógico seria aumentar em 8% os salários imediatamente, nada de ficar devendo "férias" a pagar onze meses depois. Trabalhou, ganhou. Quem quiser tirar um mês de férias que o faça, sem ganhar nada em troca. Férias continuariam sendo um direito, o direito de você decidir ficar em casa fazendo nada, ou não.
30% do ano sem trabalhar – um luxo
Empresários, agricultores e executivos raramente tiram um mês de férias, às vezes nem sábados ou domingos. Obstetras e pediatras nem podem pensar em tirar férias, muito menos sábados e domingos. Nossos antepassados não tiravam férias, nem sabiam o que eram sábados ou domingos, tinham de caçar um leão todo dia.
Somando sábados, domingos e feriados, temos 110 dias sem trabalhar por ano, o que representa 30% do ano. É praticamente um dia de feriado para cada dois dias de trabalho. Se incluirmos o mês de férias, chegaremos a praticamente 40% do ano sem trabalhar. Para um país que ainda não consegue produzir o mínimo necessário, ficar 40% do ano parado é um luxo que nem toda família brasileira pode justificar.
Quem paga
Não podemos esquecer que o governo taxa praticamente 50% do que produzimos, especialmente dos mais pobres, o que significa que, dos 250 dias que de fato trabalhamos, só sobram 125 dias para sustentar a família. Um pai com quatro filhos e esposa tem de sustentar cada um pelos 365 dias do ano com somente vinte dias de trabalho. Não há pai de família que agüente! Significa viver 100% do ano com somente 6% de sua renda.
A maioria dos funcionários em férias acaba, por falta de dinheiro, fazendo bicos, trabalhando como pintor, diarista e fazendo biscates por aí. Para os que precisam de dinheiro, teria sido melhor ficar trabalhando na própria empresa, onde são muito mais produtivos com a máquina, o capital e a organização reinante.
Conquista social?
Existe um lado ainda mais nefasto dessa "conquista social": férias obrigatórias forçaram nossos empresários a criar sistemas administrativos em que cada funcionário é substituído um mês por ano. Nossas empresas foram literalmente obrigadas a criar uma "força reserva de trabalho".
O que significa que, na hora de pedir um aumento, a companhia já tem alguém treinado para substituir você, e fica difícil negociar um salário melhor nessa situação. Por isso, nenhum empregador treme nas bases quando você pede aumento, ele já tem um substituto treinado.
- "Na próxima vez em que você tirar férias, lembre-se de que seu assistente está se esforçando ao máximo para ficar com seu emprego, para sempre", aconselha o bem sucedido pensador empresário Stephen Kanitz.

Férias, eu? Nem pensar.