quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Político preguiçoso pode contaminar os seus funcionários

Pesquisa revela que Inatividade física mata mais de cinco milhões de pessoas a cada ano


REALIDADE
Edilson Neves*


Cientista brasileiro coordenou uma série especial da revista britânica The Lancet sobre atividade física; cuja publicação contém análises inéditas que quantificam o impacto global da inatividade física sobre as principais doenças crônicas não-transmissíveis, como doenças cardiovasculares, hipertensão arterial, diabete tipo 2, e alguns tipos de câncer.

A pesquisa revela qual é o povo mais preguiçoso do mundo? São os habitantes da ilha de Malta, no Mediterrâneo central. Com um índice de inatividade física superior a 70%, os malteses lideram a classificação das nações mais preguiçosas do mundo. O país mais ativo do mundo é o Bangladesh, com um índice de inatividade de apenas 4,7%.

No Brasil, entre os homens, o maior sedentarismo foi observado em João Pessoa/PB (47,3%), Natal/RN (46,8%) e Maceió/AL (43,9%). O menor sedentarismo foi encontrado nas cidades de Boa Vista (Roraima) (28,6%), Porto Velho/RO (31,7%) e Palmas/TO (33,3%). Entre as mulheres, as maiores frequências de sedentarismo foram encontradas em Aracaju/SE (26,5%), Natal/RN (25,4%) e João Pessoa/PB (25%). As menores taxas são as de Boa Vista/RR (14,6%), Manaus/AM (14,8%) e Porto Velho/RO (16,6%).

“Afinal, um político preguiçoso
pode contaminar os funcionários?”

Quando um servidor não exerce sua tarefa de modo adequado, tem o desempenho abaixo do esperado ou gera problemas para a organização pública - aí fica muito mais fácil rotular aquela pessoa de “preguiçosa” do que efetivamente buscar as causas desse comportamento.

O que acontece na maioria
das organizações é uma grande
confusão entre causa e efeito.

Muitas vezes, na visão do gestor, o funcionário preguiçoso realiza apenas o “mínimo necessário” para se manter na organização. O gestor, descontente com o desempenho do funcionário, pensa que é necessário oferecer uma recompensa (um estímulo) para que o funcionário realize a tarefa. No entanto, o funcionário, apenas, realizará a tarefa para receber a recompensa e não porque ele entende a razão de estar fazendo aquilo que deveria fazer. Uma vez que não houver mais “recompensas” envolvidas a tarefa não será mais realizada (ou será necessário aumentar indefinidamente a recompensa para alcançar o mesmo resultado).

Nessa situação existe um conflito de interesses: o gestor quer que o funcionário realize o máximo de tarefas possível com o mínimo de recompensa  (digo recursos necessário), enquanto que o funcionário quer receber o máximo de recursos possível para realizar o mínimo de tarefa necessária.

O empregado só realiza o mínimo necessário em troca de recompensas.

Oferecer uma recompensa resolve o problema? Ou vai apenas reforçar a noção já existente de que a tarefa é maçante, desagradável a ponto de ser necessário um “suborno” para que ela seja efetivada e pode contaminar os demais?
Segundo os cientistas, a preguiça é contagiante. Neste caso enquanto o prefeito Mauro Nazif não superar a preguiça e arregaçar as mangas e começar a trabalhar, Porto Velho continuará esburacada, sem iluminação pública, sem saúde e segurança e a população corre o serio risco de ser contaminada.

- Isso sim é causa e efeito. - *(E.N. é diretor-editor do CORREIO!)